2012/04/04

Os dias actuais da nossa sociedade

Nos dias actuais e a nível das nossas convivências e participações, a sua projecção tornou-se para muitos egocêntrica com os interesses pessoais em detrimento dos alheios, e todos temos uma cota de responsabilidade para tal modelo de sociedade criada. Criámos e pactuamos e parte com uma sociedade já bem visível por cá em que o que mais vale é possuir a casa num local que seja evidente ao olhar de todos, diferente das outras, o carro que anda pelas modas dos Jet-Set do local, roupa de marca, todavia faltando-nos o essencial. Fazer uma introspecção a nós próprios e identificar-mos o que é na realidade importante para nós. O nosso ritual de vida tem de ser espontâneo e de modo algum uma exibição ou aparência teatral. Já cá na freguesia, da minha Aldeia  Lugar da Relva de Monteiras,  observamos cada vez mais um aumento do número de famílias com um só filho, mais divórcios, e o ensino dos valores e sacrifício deixa de ter ênfase. 
Todos somos responsáveis por estes modelos família e sociedade, abstraindo-nos por completo, que só temos uma vida, e é nela que temos de mostrar a nossa utilidade na comunidade duma forma simples e espontânea e não com exibicionismos e importâncias. Logo que somos afastados das nossas mães pelo cordão umbilical, o tempo da nossa vida passa, passa... com uma rápida contagem decrescente, e... quando nos apercebemos estamos velhinhos.  É este o tema de hoje. A influência dos pais no comportamento, valores e estilo de vida dos nossos filhos. Ainda como crianças lactentes vejo  extremos contrastantes nos jovens pais: superprotecção ao bebé com roupas e roupas já de marca, alimentação lactente da mais cara e tantas vezes a menos indicada e quando chegam ao ano, chocolates, iogurtes super-açucarados para os calar, e alimentação de lata, só por que é mais rápida e mais chique...É o modelo de vida que muitos pais constroem, trazendo a curto prazo consequências graves como a obesidade e a hiperactividade, e mais tarde graves perturbações nas gerações futuras: falta de valores, regras familiares e sociais, a falta de identidade...Anos depois, após esta super-protecção errada, fico realmente estupefacto, com a novo postura dos pais: pela escassez de tempo com a profissão e convívio entre amigos adoptam uma óptima solução e fácil: educar a criança com as degradantes, incultas e descaracterizadas novelas da Televisão, e mal menor...tentando mantê-las com o horário mais alargado na Escola.É verdade, coitadinhas crianças, tão puras, espontâneas e desejosas de aprender e participar os pais encobrem  na Televisão e Escola o encargo de educar os nossos  filhos. 
 Concertesa que assim sendo têm mais tempo para a profissão, para os amigos, e para gozarem, libertando-se dos irrequietos filhos. A transmissão da educação, das regras familiares e sociais, ou seja dos valores passa a ser delegada pela TV deformadora e por outros, tantas vezes desconhecidos. Não é para se admirarem, quando um dia mais tarde sofrem de surpresas e desilusões, pagando um amargo preço pela educação errada (a falta da quarta classe) prestada. A escola é fundamental, para ensinar e oferecer conhecimentos, mas num outro sentido da família, que é a única instituição que transmite os valores culturais e desportivos, que a criança futuramente irá adotar como modelo. A escola nunca será a responsável por uma educação deficiente da criança, mas sim os Pais. Consequentemente o nome de Pais compromete-os. Ser Pai é um dom natural e não um incómodo. Por isso mesmo a criança nasceu por que os Pais decidiram, e portanto têm a responsabilidade de a acompanhar sempre.  A moda da Televisão e jogos de computador são a fuga e a estratégia de muitos  Pais; a criança de ouvidos e olhos atentos, bem sossegadinha não incomoda. Mas onde estão as histórias e as leituras? Os convívios com os adultos e as outras crianças? E elas não têm que ser ouvidas também? Não têm histórias do quotidiano para contar? não têm os seus problemas?Como está a nossa sociedade. Levantar cedo a criança, já ao ritmo de stress; como não há tempo para o pequeno almoço, dois iogurtes líquidos carregados de açúcar; depois despachá-la na escola; trabalhar, conviver com os amigos, e o mais tarde possível quando a escola fechar, recolher o filho e ir então para o sofá ver a telenovela até adormecer, porque não tem de se levantar cedo para trabalhar, como no meu tempo.
Onde estão as conversas em família, as brincadeiras com o filho, a leitura dum livro infantil, ao colo dos Pais, o levá-lo a passear ao Jardim Infantil, jogo das cartas, no final de uma fornalha de pão etc, onde anda essa convivência. A educação, os valores da família e sociedade devem ser sempre preservados e transmitidos, por que senão vamos ter uma sociedade decadente, doente e incapaz de sobreviver. As nossa aldeias cada vez mais desertas. 

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