2009/10/26

Vida de Pobre Agricultor, de Aldeias Esquecidas, do Interior do nosso Pais.

Quando nós temos vida longa e saudável e se ama, alguém é muito bom. Se o mundo fosse perfeito o que seria de nós, pois não sabemos… Um dia no além saberemos como tudo será. Será que vamos mesmo saber? Para além de tudo na vida os filhos, os netos a vida conjugal, são sempre bons. A nossa Aldeia onde fomos criados e amados de tenra idade, onde vimos florir os montes e vales nos nossos baldios a carqueja, a giesta, a urgueira, a piorna, o sargaço, o tojo, o carvalho, o salgueiro, o amieiro, o pinheiro e a relva, que beleza. Ver os animais, a pastar, o cântico dos passarinhos, o vento a soprar, a chuva, a neve, o nevoeiro, e o sol. Os pastores que na altura existiam, com grandes rebanhos de ovelhas a pastar pelos montes, os pastores quando se encontravam, faziam vários jogos, como o jogo da barrelha, o da cabra-cega, o jogo das cartas, os namoros, os cantorias ao desafio, que belos tempos. Trabalhava-mos a terra de onde vinha tudo, cultivava-mos batatas, milho, centeio, e as hortas, éramos muito amigos, o que nos faltava mesmo era o dinheiro, que nos dias de hoje abunda, daí a razão de termos uma sociedade de ladrões, é isso mesmo, pois o Estado devia apoiar sim mas de uma forma mais adequada. Como por exemplo ter gente a fiscalizar, rodando pelos vários bairros, actuando em várias direcções, pois havia mais valor nas sociedades, nos tempos que decorem. Se não vejamos, o Estado ajuda os bancos pois eu acho que é errado, devia sim ajudar os agricultores, mas com todas as contingências que requerem as sociedades de hoje, o horário e o respectivo apoio da segurança social, pois é ai que o gato vai as filhoses. Com mais intervenção do estado, iríamos ver o nosso país crescer e depender menos dos estados membros, onde devemos continuar a pertencer, pois só assim temos uma sociedade mais justa. Contudo o que mais gostei de fazer quando eu era criança, pois eu vim para Lisboa muito cedo, na altura que surge a emigração e as Aldeias ficam abandono, o meu pai e outros foram de assalto para França (Era assim que se falava) foi quando começou a haver desertificação nestas aldeias do Concelho de Castro Daire, com por exemplo a minha Terra Lugar da Relva, devido a saída dos nossos pais, os Filhos com tenra idade eram quem cultivava as terras de agricultura, desde a sementeira do milho, da batata, e do centeio, pois o que mais nos satisfazia era no mês de Julho colher o que nos dava as nossas terras de cultivo. Onde nos encontrávamos todos para as colheitas, com muita alegria, mais tarde era transportado por animais para as eiras, onde era amontoado a uma altura de cinco metros, ai mais tarde faziam-se as malhadas também com muita alegria, a palha que daí saía servia para cobrir as nossas Casas de habitação. A apanha do milho e a sua desfolhada era lindo e divertido quando nos encontrávamos todas as noites para nos ajudarmos uns aos outros. Coisa que nos dias que correm, não se consegue essa amizade, porque o egoísmo é muito e as invejas são ainda mais. O que eu quero é dizer aos nossos Povos que sejam mais interventivos e deixem de lado a vergonha de dizer o que está mesmo mal, e não falarem só nas costas dos outros, como e hábito dos Portugueses. Estas Aldeias ainda não têm saneamento básico e como se não bastasse, temos muitos cortes de iluminação, quer doméstica quer pública. E o que fazem os nossos políticos? A seu belo prazer compram bons carros e são assessorados por boas secretarias.

1 comentário:

ana disse...

É verdade a vida antigamente era dura,mas as pessoas eram mais felizes sorriam mais,eram mais amigas umas das outras,e não havia falsidades,nem tanta hipocrisia como hoje se vê.
Não sou da Aldeia,mas recordo os meus tempos de meninice,que ia para Ansião e se fazia a desfolhada,era uma alegria,de quem ia de uma Cidade como Lisboa e viver aquele ambiente que era delicioso,e muito saúdavel.
Recordar e sinal que tudo que passou valeu a pena..
Bem Haja
um beijo de uma amiga que o admira pela pessoa que é.